"Orixás - Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo"

19/02/2013 19:15

Pierre Fatumbi Verger, a quem se deve este minucioso trabalho, viveu durante dezessete anos em sucessivas viagens, desde 1948, pelas bandas ocidentais da África, em terras iorubás. Tornou-se Bàbáláwo em Kétu, por volta de 1950, e foi por essa época que recebeu do seu mestre Olúwo o nome de Fátúmbí: “Aquele que nasceu de novo (pela graça de) Ifá”.
 
A Editora Corrupio e o Círculo do Livro, dando continuidade à publicação da obra de Verger, se sentem gratificados ao editar este livro, o mais importante já publicado no país sobre cultura negra, onde são estudados os fundamentos históricos e mitológicos, a descrição dos rituais, os laços de profunda afinidade cultural entre África (região do golfo de Benin) e Brasil (Salvador-Recife).
 
Os escravos trazidos desta parte da África durante os últimos 150 anos do tráfico de escravos (1700-1850) eram, quase que exclusivamente, destinados às duas regiões do Brasil acima mencionadas. As razões econômicas que determinam essa “preferência” e escolha são mencionadas em outra obra do autor – Flux et reflux de la traite de nègres entre le golfe de Bénin et Bahia de Todos os Santos -, que a Editora Corrupio se propõe a publicar em língua portuguesa.
 
Orixás também se constitui em valioso documento sobre as regiões em vias de desaparecimento em alguns países africanos, paralelamente à sua plena aceitação e integração no Brasil, particularmente na Bahia de todos os Santos.
 
A tradução feita do original por Maria Aparecida da Nóbrega merece ser destacada, assim como o trabalho do editor de fotografia Arnaldo Grebler, que ampliou este conjunto de fotos com uma dedicação perfeccionista à altura do valor e importância da obra de Fatumbi Verger.
 
Arlete Soares – 1981
 
Pierre Fátúmbí Verger
Editora CORRUPIO